Pois é amigos e amigas, já passaram quase seis dias sobre o lançamento do AMADOR DO VERSO e tem sido muito interessante ouvir as opiniões das pessoas sobre o livro.
É evidente que para aqueles que me conhecem desde criança (e não estou a falar só dos familiares) é difícil não falar com a emoção à flor da pele. Afinal de contas, para muitos sou como um filho e este livro é para eles motivo de orgulho. É perfeitamente compreensível que quem andou comigo ao colo e agora presencia este meu momento não consiga distanciar o coração da razão e me esteja a elevar aos céus e a verter algumas lágrimas de orgulho e emoção.
Mas não é sobre as opiniões dos que me são mais próximos e chegados que quero falar hoje. Vou falar das opiniões daqueles que, mesmo podendo dizer que me conhecem, foram apanhados de surpresa pelo lançamento do meu livro. Para muitos foi quase um choque ficarem a saber que escrevo poesia, mais ainda, que editei o meu primeiro livro de poesia. Houve quem me tivesse dito que nunca na vida pensara que iria conhecer um poeta, muito menos editado. Sinceramente, não sei se isto me foi dito em jeito de elogio!!!!
Entre felicitações e desejos de muita sorte nesta minha caminhada, há uma história que me foi contada hoje que me deixa orgulhoso e a pensar que só por causa deste episódio já valeu a pena ter editado este livro. Passo a contá-la:
O filho do Paulo Santos (o meu amigo que apresentou o AMADOR DO VERSO) é um fanático do skate e fica muito aborrecido quando não pode praticar esta modalidade, pois bem, nos últimos dias o Paulão (assim é conhecido) passou praticamente os seus tempos livres a ler o meu livro em voz alta por toda a casa esquecendo-se por completo da sua paixão. Digam lá se não devo sentir-me nas nuvens ao saber que tenho um leitor desta estirpe. Mais não seja o meu livro está a criar hábitos de leitura numa criança. Só por isto acho que valeu a pena todo este processo.
Em relação aos comentários que me têm sido feitos parece que existe um consenso generalizado sobre a qualidade do prefácio que a minha querida amiga AUSENDA HILÁRIO escreveu. E nunca me cansarei de repetir que este prefácio para além de muito honrar o autor veio engrandecer o AMADOR DO VERSO.
Para quem ainda não teve oportunidade de ler aqui fica a pérola que a AUSENDA HILÁRIO escreveu.
Os caminhos cruzam-se quando as palavras se amam e nesse encontro, intuitiva e inevitavelmente, nasce sempre algo que cria raiz, raiz que em cada pulsar de segundo se torna mais forte, segura, prosperando em tantos sentidos, que outros caminhos se vão abrindo, multiplicando as palavras, os afectos e as vontades.
Foi este caminho, o certo, da minha amizade com o autor e foi esta a gestação do "AMADOR DO VERSO" agora nascido.
"AMADOR DO VERSO" e EMANUEL LOMELINO fundem-se num sentir uno, na sua escrita racional e táctil, de ausência de silêncios, onde a realidade das suas vivências e sentimentos é transportada para a poesia que, impulsivamente escreve, tornando-a espelho da sua própria alma, tão diáfana que através dela descobrimos o carácter indulgente, auto-disciplinado e confiante, do seu autor.
"em cada poema que faço acrescento mais um elo
numa corrente que sou eu, assim me apresento
em cada poema que escrevo ganho mais alento
sigo a ser o que era, nem mais feio nem mais belo"
"... o poeta é um fingidor" (Fernando Pessoa) raramente se apõe na leitura dos poemas do Emanuel, onde ele não se transforma no sujeito poético, mas sim se revela nele próprio, numa corrente translúcida da sua impulsividade emocional, das suas revoltas e frustrações, da sua alegria e determinação e da sua capacidade de se dar à poesia, num dizer singelo e genuíno!
"AMADOR DO VERSO" é o compasso das batidas do coração do Emanuel Lomelino, onde a folha de papel e a pena, não são mais que instrumentos do registo do seu palpitar.
Não sei se será relevante dizer a todos os leitores do "AMADOR DO VERSO" que a nossa amizade na altura em que escrevo estas palavras, ainda se mantém apenas virtual, sustentada por essa imensa ponte que é a blogosfera, e registo, o quanto me senti honrada com o convite, mesmo não o merecendo e pressentindo não estar à altura.
Seja este, mais um caminhar de ti e da tua poesia, a ambos, todo o meu carinho!
AUSENDA HILÁRIO
Faro, 12 de Janeiro de 2010
Peço a todos os que por aqui passarem e lerem este belíssimo prefácio, que deixem um comentário ao mesmo e digam se tenho ou não razão quando afirmo que um prefácio assim só honra o autor e engrandece o livro.