Aqui vai-se falar da cultura em geral De música e literatura em particular

05
Out 08

Ontem,enquanto pesquisava alguns blogs,deparei-me com uma realidade que não me é estranha mas que desconhecia a dimensão.Tal como na música que mais gosto(RAP) também a escrita tem o seu mundo underground e não deixa de ser gratificante e estimulador ler alguns textos dos blogs.Existe muito talento e criatividade que tem pouca ou nenhuma visibilidade.

Ao passar de blog em blog veio-me à memória os primórdios do RAP em Portugal e o quão difícil foi para muitos MC'S darem a conhecer o seu trabalho.Para os menos identificados neste género musical o início do RAP português deu-se em 94 com o album RAPUBLICA e com o hit dos BLACK COMPANY "Não sabe nadar",no entanto,antes desse disco impulsionador houve muitos outros artistas que passaram despercebidos e viram os seus trabalhos ignorados.Para quem,como eu,acompanha mais de perto o HIP HOP português o inicio do movimento underground deu-se mais cedo e divulgou mais talentos do que o RAPUBLICA.

Ao passar de blog em blog o que eu vi foi esse movimento underground mas na escrita(principalmente poesia).Houve um blog em especial que me fez ir ao baú das recordações e recuperar uma tentativa de escrita poética feita por mim em 96 que passo a reproduzir:

                                                                     

                                                                  SER DIFERENTE

Altivo sol que ilumina este meu mundo

dá-lhe outro brilho que deste não gosto

oferece-me outra luz,outra tonalidade

desembaraça-me deste funesto desgosto

 

Que escuridão é esta que me embala

porque razão não vejo com clareza

impõe-se o breu nesta mísera existência

apela-se ao caos,destitui-se a beleza

 

Quem me ampara neste momento de dor

Quem se apieda deste sonoro pranto

Venham a mim os braços do conforto

Que aos meus gritos acuda um belo canto

 

Onde está a tranquilidade que procuro

onde se esconde a paz que tanto anseio

livrem-me destas trevas que me rodeiam

este negro brilho não quero ter e receio

 

Mil demónios habitam este meu corpo

dele se alimenta o desespero e o medo

quero fazer parte de uma outra história

quero pertencer a um outro enredo

 

Abram os olhos e vejam o que vejo

Não me deixem sozinho neste inferno

quero ter um fim diferente,um outro destino

sem pretender viver sempre,ser eterno

 

Venha a mim a segurança de um abraço

beijem a minha face sedenta de carinho

quero viver um fado distinto e melhor

quero mudar este percurso,este caminho

 

Não sinto alegria no que faço ou realizo

tenho pena de não ser forte como a maioria

queria ter em mim o dom da coragem

ser diferente era tudo o que eu queria

 

Não é minha intensão divulgar aqui o que escrevo mas o que vi e li em vários blogs fez-me pensar nos talentos que existem mas que poucos conhecem.A eles dedico o meu poema porque esses talentos apesar de diferentes merecem o nosso aplauso.

publicado por manu às 16:46
Sugestão: Black Company RAPUBLICA
sinto-me: entusiasmado

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